UX não é só protótipo

UX. A palavra do momento. Como designers e desenvolvedores ouvimos muito sobre isso. Ouvimos sobre a sua importância e como podemos entregar produtos melhores praticando, ou melhor, vivenciando, UX. Mas será que sabemos realmente o que é “fazer UX”?

Acho que todo o designer que faz ou que tem interesse em UX já ouviu o seguinte comentário:

“UX é fácil, é só fazer um protótipo”

Se você já ouviu isso, vem cá, me dá um abraço.

Se você é alguém que já falou isso, senta aí que vou te explicar o que exatamente é o UX.

User experience, o que é isso?

Para quem é novato no assunto, seja bem vindo!

Nas palavras do próprio criador do termo, Don Norman, User Experience ou "experiência do usuário" é tudo! Toda a interação e experiência, os porquês e como, de alguém com um produto ou serviço.

Ou seja, podemos ter UX em qualquer lugar e com qualquer coisa. Não é só em um aplicativo, ou em um site. Pode — e deve — ter UX em uma cadeira, em um hospital, no metrô ou na maçaneta da porta da sua casa.

Mas para conseguir traçar toda uma experiência de uso de algum produto ou serviço você precisa conhecer as pessoas envolvidas, quais as suas necessidades, dores e dificuldades.

E não dá para fazer isso apenas fazendo protótipos.

É necessário conhecer as pessoas, conversar com elas. Para isso fazemos pesquisas, ou UX Research. Fazemos questionários, entrevistas, shadowing, e outras tantas atividades que merecem um outro texto só para elas.

E quando digo pessoas, não estou falando dos designers, desenvolvedores e chefes. Estou falando de Marias e Josés que estão por aí e podem ser pessoas usuárias de algum produto ou clientes.

Pera, quê?

Isso mesmo, querido leitor. Depois de entender o que é UX está na hora de aprender que nem você e nem eu somos pessoas usuárias.

E está tudo bem a gente não ser. Não estamos fazendo produtos e serviços para nós. Estamos fazendo para as outras pessoas. E só elas podem nos dizer o que precisam. Se você quer resolver problemas e ajudar pessoas precisa começar ouvindo as pessoas. E não existe forma melhor de ouvir pessoas do que conversando com elas.

Ah, entendi, então UX é só conversar?

Aí que tá. Não.

O “fazer UX” abrange um tanto de ferramentas, tarefas e etapas diferentes. Fazer protótipo, por exemplo, também faz parte do UX. E é tão importante quanto a pesquisa ou a fase de descoberta e ideação ou os testes de usabilidade. A questão é que não é só isso.

Assim como sistemas precisam de Bancos de Dados, Back-end, Front-end, Servidores, e muitas outras coisas para funcionar bem, o UX precisa de suas fases e ferramentas para ser um bom UX.

Xiii então nunca vou fazer UX na minha empresa :(

Calma, não precisa ser tão radical. Apesar de UX ser a palavra do momento, muitas empresas e equipes não tem abertura para isso justamente porque não conhecem ou não sabem como aplicar isso na empresa. Não tem maturidade para isso.

Por isso é necessário ir explicando e convidando pessoas para participar de um trabalho de UX. Dessa forma elas vão entender e descobrir junto com a equipe os ganhos de se fazer todo o processo.

O mais importante é fazer algo, mesmo que seja somente uma etapa. É melhor ter um protótipo e validar antes de sair implementando do que não fazer nada.

Só não deixe de plantar a sementinha de UX na sua empresa e ir regando ela de vez em quando. Um dia ela vai crescer e dar bons frutos para você, sua equipe, sua empresa e seus clientes.

E para você que achava que “fazer UX” é só criar um protótipo, que tal conhecer mais a respeito e, quem sabe, ajudar os coleguinhas designers a regar a plantinha? :)

Foto por José Alejandro Cuffia no Unsplash

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