O que eu achei da UXConf 2023

Cris Henrique
Share! por Ateliê de Software
4 min readNov 27, 2023

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Com o tema “Seguindo em frente”, a UXConf 2023 foi rica em palestras dos mais variados assuntos. Mesmo o tema principal do evento ser sobre os próximos passos pós pandemia, e muitas palestras terem trazido informações e novos conhecimentos que abrangem esse assunto, para mim esse evento se resume em “colaboração”.

Vamos falar um pouco sobre colaboração

Eu sei que colaboração é super importante para o trabalho de designers, mas esse evento reforçou isso para mim de uma forma diferente. Colaboração no sentido de que a pessoa designer não precisa trabalhar sozinha, não precisa ter todas as respostas e ser a heroína do projeto. O trabalho da pessoa designer é colaborativo não somente com as pessoas usuárias, com os stakeholders, mas também com todo o time no qual atua. Quando colaboramos, seja em qualquer trabalho, nós anulamos a centralidade, praticando a verdadeira empatia e diversidade.

Eu sou de uma cidade pequena, onde a maioria das empresas são pequenas e normalmente a pessoa designer é sozinha e faz tudo, de marketing a protótipo, e se der sorte, pesquisa. Mesmo hoje trabalhando em uma empresa com uma cultura bem diferente, ainda levo comigo esse papel de solidão. E é nesse ponto que o evento mais me acertou. Eu não preciso ser sozinha.

E isso é um ponto que inclusive já pensamos muito aqui no ateliê de termos pareamento entre designers, já que temos essa prática com as pessoas desenvolvedoras. Como vemos os benefícios disso com elas, por que isso não pode ter benefícios para os designers também? Achei interessante que na palestra “Liderazgo en tiempos de cambio”, do Andrés Richero, mostrou exatamente sobre isso, sobre duplas de designers. Aqui ainda não conseguimos implementar totalmente, mas achei legal ver que esse tipo de mudança não é algo que só nós estamos sentindo necessidade, que é algo que outras empresas e o mercado estão vendo como vantagem.

Agora, falando das palestras num geral

Gostei muito da palestra “Design de Futuros: A internet na terceira idade” do Gilmar Gumier, trazendo uma pesquisa muito interessante sobre o uso da internet na terceira idade, o que faz a gente pensar no nosso trabalho como agentes da democratização do uso das tecnologias.

Outra palestra interessante foi a de “Design Inclusivo: Incluindo pessoas com deficiência em processos de soluções inovadoras” do Davi Pradines, onde eu achei muito legal a humanização do processo de design, trazendo para a nossa vivência brasileira, o que consequentemente envolve e aproxima muito mais as pessoas com todo o processo.

Achei muito interessante também a palestra “O futuro das organizações pela perspectiva Design Driven”, da Priscila Alcântara, principalmente por mostrar uma forma de medir a cultura do design dentro de uma empresa.

Na palestra “Para designers falarem de negócio”, de Gabriel Pinheiro, vimos a importância da pessoa designer se envolver com o negócio de fato, principalmente para conseguir argumentar com quem entende de negócio, levando dados para conseguir fazer o nosso trabalho.

Não posso deixar de falar sobre a questão da IA na nossa área, já que isso já é um fato. Várias palestras falaram sobre isso e da mesma forma: IA não veio para substituir, veio para ajudar o nosso trabalho e não temos como fugir mais disso pois não é algo futuro, IA já é o nosso presente.

Em resumo…

O evento foi incrível, como já disse lá no início. Não vou falar sobre todas as palestras porque foram muitas. Quem não conseguiu participar do evento pode ver os arquivos das apresentações na programação do site ou ver o perfil dos palestrantes no linkedin, onde eles compartilham outras coisas sobre o que palestraram.

Queria muito poder participar da próxima UXConf, em 2024, mas parece que ano que vem vai ser somente presencial e não sei se conseguirei ir já que é um pouco longe de onde moro. Acho que está aí a única coisa que achei um pouco controversa do evento.

Estamos falando sobre seguir em frente, e não podemos negar que a pandemia mudou a forma como fazemos muitas coisas. Vagas remotas vieram e ficaram, nem todas, mas ficaram. Um evento incrível como esse ser somente presencial é uma grande perda para o compartilhamento de conhecimento sobre design, algo que deveria ser cada vez mais compartilhado.

Além disso, sempre falamos sobre diversidade, sobre ser acessível, mas um evento ser somente presencial, ao meu ver, vai totalmente contra isso, já que ir em um evento presencial envolve muitos fatores e acaba excluindo quem está começando e não tem dinheiro para ir, excluindo mães e pais que precisam ficar com os filhos, excluindo quem mora longe e não consegue se ausentar no trabalho, e excluindo pessoas em outras possíveis situações.

Maaaaaas tudo bem, entendo que a logística para desenvolver um evento online e presencial deve de ser muito complexo e nem um pouco fácil. Só acho uma pena :/

Enfim, quem puder ir em 2024, vá. Compensa e muito.

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