Office Worker Hiding — Ferrantraite

Gestão dirigida pelo medo

Matheus Haddad
Share! por Ateliê de Software
4 min readSep 26, 2017

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Hoje vamos conversar um pouco sobre o modelo de gestão adotado aqui no Ateliê de Software. Vamos descobrir as diferenças?

Este é o trevo de Alfenas, cidade localizada no Sul de Minas Gerais, que conecta as estradas que ligam Poços de Caldas, Varginha e Pouso Alegre, além de dar acesso a Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS).

Trevo em Alfenas (MG)

É um trevo bastante movimentado: são milhares de caminhões, carros, motos, bicicletas e estudantes passando diariamente nesse local. Não existem lombadas e nem radares para controle de velocidade. A sinalização de trânsito é precária. Todos que passam por esse trevo precisam ter uma atenção redobrada para não colocar suas vidas em risco.

Apesar desse cenário, é um trevo onde acontecem poucos acidentes por ano. Essa eficiência em relação ao número de acidentes contribui para que não exista prioridade de melhorá-lo no sentido de aumentar a segurança das pessoas que passam por ali. Entretanto, todos atravessam esse trevo com medo.

Como o risco de acidente é alto, os motoristas tem que diminuir a velocidade e as pessoas precisam ficar atentas para não serem vitimadas pelos veículos. Todos dedicam energia e foco para atravessar esse trevo. É sempre um momento de tensão para as pessoas envolvidas nessa travessia…

Já este outro trevo, que está localizado na Rodovia Fernão Dias, faz a conexão entre as cidades de Pouso Alegre e Itajubá.

Trevo na Rodovia Fernão Dias (Pouso Alegre — Itajubá)

É um trevo diferente, que possui uma estrutura idealizada para proporcionar um bom fluxo dos veículos ao mesmo tempo que garante a segurança das pessoas. Por isso, este trevo também tem um índice baixo de acidentes.

Porém, diferente do trevo de Alfenas, que garante a eficiência do baixo número de acidentes com base no medo das pessoas, esse trevo da Fernão Dias consegue o mesmo resultado a partir de sua estrutura. Assim, todos podem atravessar o trevo com tranquilidade e confiança.

Mas o que isso tem a ver com a gestão das empresas?

Esses trevos nos ajudam a entender os modelos de gestão das empresas. Enquanto tem empresas que utilizam o medo e a tensão para controlar as pessoas e garantir a eficiência do trabalho, outras criam ambientes onde a confiança e a tranquilidade formam a base do modelo de gestão.

Empresas que adotam uma gestão dirigida pelo medo sofrem com o baixo engajamento das pessoas no trabalho. As pessoas trabalham constantemente com medo de serem advertidas, medo de serem demitidas, medo de serem repreendidas se propuserem algo diferente e medo de serem responsabilizadas por um trabalho que depende muito mais do esforço coletivo do que do individual. Por outro lado, são essas mesmas empresas que pedem para as pessoas pensarem “fora da caixa”, esperando que, apesar do medo, consigam inovar.

Já as empresas que apostam na gestão dirigida pela confiança, cultivam a segurança psicológica no ambiente de trabalho e acreditam que todos estão ali para conquistar um objetivo grandioso, que ninguém, individualmente, seria capaz de alcançar. Essas empresas buscam valorizar as pessoas e uní-las ao redor de um propósito forte, compartilhando um conjunto semelhante de princípios e valores. Empresas assim escolhem a autonomia e a colaboração como tecnologias sociais substitutas para o comando e controle baseado em ameaças. Assim, trabalho em equipe, inovação e desempenho superior passam a ser uma consequência natural dessas escolhas.

Para finalizar, uma proposta de reflexão: Como é a gestão na sua empresa? Ela é dirigida pelo medo ou pela confiança? Que tipo de “trevo” as pessoas estão atravessando no trabalho?

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Co-fundador da @webgoal e do @institutohaddad. Desorganizador de Empresas. Consultor em novos modelos de gestão.